Este foi mais um Natal longe de casa. Não nego que foi difícil
ver toda a família reunida e não poder desfrutar mais daqueles momentos. Mas
também tenho que admitir que foi reconfortante saber que, cada vez mais,
estamos a construir uma família unida, que partilha dos mesmos valores e que
está determinada em ser cada vez mais um exemplo. O tempo há-de vir em que
serei eu o anfitrião, em que serei eu a cozinhar, a preparar tudo ao detalhe, a
viver intensamente todos os momentos. Desta vez, foi assim, pelo skype, sem
bacalhau nem rabanadas, mas com a certeza dum futuro brilhante de amor e
felicidade!
Tanto ou mais especial que isto foi ver a nossa filhota tão
feliz com a alegre confusão, com as cores da época, a descobrir um mundo novo e
a crescer, sendo as provas o aparecimento do primeiro dentinho e dormir as
primeiras noites sozinha no quarto dela. As asas da nossa avezinha estão a
moldar-se e daqui a nada vai começar a querer voar. E nós cá estaremos, para a
amparar mas também para a incentivar. Esta é, sem dúvida, uma fase de adaptação,
tão complicada para nós como para ela. Mas, pela amostra, só temos motivos para
estar confiantes de que estamos no bom caminho, os três. Com o suporte familiar
que estamos a conseguir criar, teremos todas as condições para que o nosso núcleo
continue a desenvolver-se.
Muitas vezes não estarei por perto para assistir aos
momentos mais especiais, os primeiros passos, as primeiras palavras talvez, mas
a minha felicidade não será menor, porque vocês sabem que compensarei todas
essas falhas com dedicação a 100%, nos meus tempos em casa.
Para mim, é mais doloroso não poder ajudar-vos mais quando
estiverem doentinhas, como é o caso, por estes dias. No entanto, podem contar
com o meu optimismo e com as minhas palavras de conforto e carinho. Posso estar
impedido de ir fazer um chá ou dar xarope, mas o meu pensamento estará sempre
convosco. O consolo é pequeno, mas o amor que nos temos entende estas palavras.
E quando eu voltar, será Natal mais uma vez, bem sei!